terça-feira, 21 de julho de 2009

ARTIGOS

Capital... o pecado capital da soberba.

Carlos Aguilera

Indignado, um amigo me trouxe uma publicação de O Diário de Barretos, de quinze de julho, ondeum texto que me fez quebrar a promessa de não voltar a tocar em certos temas, tampouco a digladiar com velhas e viciadas posturas locais. Mas, se exalta, num tom de presunção e de extrema empáfia: “Se Barretos fosse um estado... o nome da capital seria Independentes”.

Barretos, se fosse um estado, haveria realmente uma grande chance de ter por capital Os Independentes, não sei dizer se por capacidade ou merecimento, mas, com certeza, pela semelhança com o perfil de centro político e de poder que alguns dos seus arautos insistem em exaltar e nos impingir.

Basta ver na proclamação verdadeiras pérolas que nos remetem à consciência que reina nas nossas capitais, núcleos do poder político em nosso país.

A postura comum de político useiro e vezeiro da coleta de crédito, por exemplo, tão conhecida por todos nós, reles eleitores, salta aos olhos quando são citados atos de membros do clube em benefício de alguma entidade local, dando a isto um caráter de excelência tão exagerado, que chega ao extremo de lhes conferir títulos comosalvador’ da instituição pela qual trabalhou. Mas, e os outros tantos humildes mortais que fizeram parte das equipes que atuaram nesses mesmos trabalhos? E a história e a obra dos antecessores, que edificaram tais entidades, construindo-as a partir do nada? E os compromissos naturais da sua cidadania? Nada disso parece ter valor. O que importa é o tom de favor, próprio de políticos calhordas que dominam nossas capitais, que confundem obrigação cidadã com caridade sublimada.

Outro ponto de semelhança com capital, com centro de poder político, aparece na proclamação quando se define como um absurdo algumas cobranças de cidadãos quanto às posturas do clube, chamando-os de desinformados, chegando ao desvario de evocar o termoheresia’. Ora, tendo perfil de entidade pública ou privada, todos que se beneficiam ou se utilizam de algum tipo de recurso público tem o dever de estar abertos a questionamentos e ter por resposta grandeza e integridade. Mas, é claro, há sempre a linha política daqueles que ‘se lixam para a opinião pública’, algo que hoje tem se manifestado muito comum nas nossas capitais.

E, por fim, a velha história da cobrança embutida nos termoscuspir no prato que comeu’, que nos remete ao velhotoma da ’ da política tupiniquim, insistência lamentável, muito aquém da grandeza de Os Independentes.

Enfim, o clube que parece existir na cabeça e nas proclamações dos arautos denota realmente muito do perfil comum das capitais políticas que conhecemos, embora, na opinião deste humilde escriba, os traços não sejam os mais salutares.

Particularmente, pela leitura de cidadão que tenho de Os Independentes e de sua obra, grandeza e limites, entendo que o clube esteja acima da necessidade de auto-afirmação expressa nessa bobagem

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